04 mar 2020

Comércio eletrônico brasileiro cresce 15% em janeiro, diz Mastercard

O comércio eletrônico brasileiro teve crescimento de 15,1% em janeiro, na comparação com o ano anterior, segundo levantamento do indicador SpendingPulse, informou a Mastercard na segunda-feira (2).

Já a média de crescimento de vendas pelo canal e-commerce em três meses até janeiro, foi de 18,9%, ante mesmo período de um ano antes.

O volume total de vendas do comércio eletrônico em janeiro (excluindo automóveis, materiais de construção, restaurantes e cama, mesa e banho) subiu: 1,1% ano a ano.

“Apesar de a taxa de desemprego ter melhorado gradualmente até o fim do ano passado, aumentando positivamente os resultados do comércio varejista, o índice de confiança do consumidor teve um pequeno declínio no início de 2020”, disse César Fukushima, diretor de análises avançadas da Mastercard no Brasil.

Os dados regionais mostram que o Sudeste teve desempenho acima da média, com crescimento de 2,1%, enquanto Norte (-0,9%), Nordeste (0,2%), Sul (0,7%) e Centro-Oeste (-4,7%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação ano a ano.

27 nov 2019

Como seria o mundo sem Ethernet e Wi-Fi?

02/03/2020 – Em 1980, o Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, criou um projeto de padronização para possibilitar o desenvolvimento da comunicação de dados entre dispositivos de redes locais e metropolitanas. Esses padrões, conhecido hoje como a família de padrões IEEE 802, possibilitaram o surgimento de tecnologias como Ethernet e Wi-Fi.

Atualmente a internet está tão intrínseca na sociedade que boa parte das pessoas não pensa o quanto o Wi-Fi e a Ethernet mudou a dinâmica de sua rotina. Quando surgiram, essas tecnologias não eram tão rápidas e baratas o suficiente para os consumidores. Em março de 1980, o Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, iniciou o Projeto IEEE 802 a criação de padrões técnicos a fim de garantir a interoperabilidade de redes de computadores. Foi graças a esse trabalho, que essas tecnologias ficaram do jeito que são conhecidas hoje: rápidas, conectadas e acessíveis.

Uma das grandes mudanças provocadas por essas tecnologias foi no mundo do trabalho. A conectividade com e sem fio ativada por Wi-Fi e Ethernet em dispositivos móveis e laptops possibilitou aos profissionais trabalhar a qualquer hora e de qualquer lugar. Responder rapidamente um e-mail, enviar uma mensagem, fazer chamadas de vídeo, criar grupos no whatsapp não seria possível sem os padrões de rede criados pelo Projeto IEEE 802, especialmente aqueles criados  para a Ethernet (IEEE 802.3)  e para o Wi- Fi  ( 802.11).

Além da esfera profissional, a vida social também passou por uma grande transformação.  Até 2021, estima-se que quase 3,1 bilhões de pessoas estarão usando as mídias sociais. E poderão publicar, curtir e compartilhar posts. Sem os padrões criados pelos engenheiros dos grupos de trabalho do Projeto IEEE 802 isso não seria possível.

Ao propiciar a concorrência e a inovação, os padrões de rede criados pelo  IEEE 802 ajudaram a manter os preços baixos para os dispositivos que precisam de conectividade sem fio e com fio. Além disso, eles estabeleceram regras para os fabricantes garantirem que todos os dispositivos fossem capazes de interoperar, independentemente do local de uso.

Especialistas do IEEE nos Estados Unidos podem falar sobre esse tema, além  da história dos 40 anos do IEEE 802, que viabilizou várias tecnologias utilizadas na atualidade, como Ethernet, Wi-Fi e Bluetooth.

27 nov 2019

Diversidade e inclusão: é hora de ir além

Faltam programas de incentivo à equidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Infelizmente, essa é uma realidade inclusive na área de TI. Parece estranho, mas há algumas décadas as mulheres não podiam responder por si mesmas, não podiam votar e não eram aceitas em cargos de liderança. As decisões, independentemente do quão pessoais fossem, eram tomadas por seus pais, maridos ou irmãos. Lamentavelmente, em algumas culturas, isso ainda ocorre.

Se pensarmos que as mulheres tiveram que lutar até mesmo pelo direito de vestirem calças, algo tão simples e cotidiano, não é difícil entender por que a questão da equidade de gênero continua em pauta em pleno século XXI. Muito já foi conquistado, mas há um longo caminho a ser percorrido.

A partir dessa discussão encontramos espaço para destacar outros pontos dentro do tema diversidade corporativa. Existe uma variedade de pessoas a serem incluídas nesse diálogo, como negros, idosos, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQ+.

Estudos de mercado apontam que empresas com altos índices de diversidade têm 35% mais chances de obter sucesso em seu ramo de atuação. Mas, apesar desses dados, pesquisas da ONU Mulheres mostram que os comitês executivos e conselhos administrativos das maiores empresas brasileiras apresentam, respectivamente, 14% e 11% de mulheres na composição de suas equipes. Outro dado também alarmante é que o índice de mulheres em cargos gerenciais está estagnado em 30% desde 2005. Além disso, as mulheres continuam sendo minoria em áreas de exatas, como tecnologia. Há mais de uma década representamos apenas 30% dos formados nesses segmentos.

Como fundadora e CEO de uma empresa de tecnologia, não posso deixar de me preocupar com dados como esses. Não há como falar de diversidade sem inclusão, equidade e pertencimento, e esta é a cultura que adoto ao montar minhas equipes de trabalho. E no papel de uma mulher que passou pelos desafios que o preconceito estrutural nos impõe diariamente, vejo a diversidade na empresa acontecer de forma natural.

Quando passamos pelos percalços do estigma e da generalização, aprendemos desde cedo a não repetir estes erros. Passamos a enxergar a pluralidade do mundo como algo não apenas positivo, mas, essencial para as organizações. Por isso vemos que em empresas lideradas por mulheres, ou com mulheres em cargos de alta hierarquia, existe maior acolhimento, apoio e receptividade.
Para que as mudanças ocorram, o exemplo precisa vir de cima. Com esse objetivo, faço questão de que em minha empresa a liderança seja plural e inclua mulheres, homens, negros e pessoas LGBTQ+. São profissionais com diferentes históricos, perfis e conhecimentos a serem compartilhados.

É hora de olharmos além. Para que a sociedade evolua e a equidade seja real para todas as pessoas, independentemente de raça, religião, gênero ou idade, precisamos aceitar a responsabilidade que recai sobre nós e atuar de forma a capacitar novos talentos sem preconceitos. A inclusão, por si só, não é mais suficiente. Precisamos olhar adiante e adotar ações para que o nosso legado seja de desenvolvimento, oportunidade e, acima de tudo, respeito.

Na posição de tomadores de decisão, todos precisamos estar atentos aos procedimentos que são adotados em nossas empresas para garantir que as práticas estejam alinhadas ao discurso. Temos que abandonar ideias restritivas para abraçar o novo, até porque pesquisas de mercado indicam que esse é o melhor caminho para se obter resultados positivos. Não é uma tarefa fácil e, assim como qualquer novo hábito, exige treinamento diário. Mas somente dessa forma conseguiremos avançar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. E você, já parou para ajudar a sua empresa a seguir uma nova jornada de diversidade e inclusão? Com certeza os negócios crescerão, o ambiente de trabalho se tornará mais rico e a percepção do mercado sobre sua empresa poderá ser diferenciada.

*Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND

27 nov 2019

Que esperar da tecnologia brasileira nesta década?

O fim de uma década é sempre um momento de reflexão. Todo prognosticador que se preza sabe que olhar para trás é o primeiro passo para prever o que vem pela frente.

No Brasil, os anos 2010 foram marcados no ambiente tecnológico pela impressionante popularização dos smartphones. Dados da FGV-SP indicam que hoje temos 230 milhões de smartphones ativos no Brasil, mais do que um aparelho por brasileiro. Essa mudança estrutural por sua vez gerou três grandes consequências que seguirão reverberando nos próximos anos. A primeira foi o aumento do acesso à internet, principalmente nas faixas de renda mais baixas. Esse acesso possibilitou o segundo movimento, a proliferação de negócios online como fintechs e e-commerces, e a reação dos negócios offline (como bancos e varejistas) para defender seus mercados. Por fim, e mais recentemente, observamos a disrupção de negócios tradicionais e analógicos (transporte, hospedagem, alimentação) por soluções digitais que conectam a oferta offline ao consumidor online (Uber, Airbnb, iFood).

E o que podemos esperar da próxima década? Apesar da máxima do físico Niels Bohr de que “previsões são difíceis especialmente sobre o futuro”, estou confiante que dois grandes movimentos irão marcar o setor de tecnologia brasileiro.

O primeiro é a disseminação da inteligência artificial (IA). Nos Estados Unidos, mas também na China, já observamos o impacto da IA nos mais diversos negócios, com reflexo inclusive no dia a dia dos brasileiros. Os algoritmos da IA estão por trás da recomendação do filme que você deveria assistir no Netflix, da música que você deveria escutar no Spotify, ou da postagem que você deveria ver no Instagram. Essa hiperpersonalização só é possível porque algoritmos analisam as ações de milhões de usuários e usam esses dados para prever o que cada um de nós vai querer consumir.

No Brasil ainda estamos na infância desse movimento, mas já vemos a IA gerando resultados concretos de melhora de eficiência de diversos negócios como, por exemplo, o iFood que usa algoritmos tanto para selecionar o entregador como também para sugerir a melhor rota de coleta do restaurante e entrega na residência. Isso aumenta a produtividade (e renda) do entregador e proporciona uma melhor experiência ao consumidor final (comida em casa mais rápido).

Como todas as grandes mudanças tecnológicas que já passamos, a IA certamente impactará na lógica trabalhista que conhecemos hoje. Não acredito nas previsões apocalípticas do fim do emprego e dominância das máquinas, mas se o passado é nosso guia, sei que cargos e funções irão mudar. Hoje já observamos essa mudança na profunda escassez de mão de obra qualificada em tecnologia de computação (e os altos salários ofertados aos recém formados nessa área). Para enfrentar esse déficit, empresas de tecnologia no Brasil estão investindo em parcerias com universidades e capacitações internas de funcionários. Para o Brasil não ficar para trás é importante que o poder público e a iniciativa privada trabalhem juntos para mudar esse cenário.

A segunda grande tendência será o aumento do capital de risco para as startups. Esse movimento que acontece há décadas nos Estados Unidos (principalmente no Vale do Silício), há alguns anos na China e mais recentemente na Índia, finalmente chega ao Brasil com força total. Estima-se que o Brasil teve 2,5 bilhões de dólares em rodadas de investimento em 2019, quase o dobro do ano anterior, segundo uma pesquisa da empresa de inteligência de startups Distrito. Dos onze unicórnios brasileiros, cinco atingiram esse status em 2019 e um já em 2020, mostrando um grande ponto de virada para o país, que tem potencial para muitos mais.

Com mais acesso a financiamento, empreender se tornará uma alternativa cada vez mais atraente tanto para jovens quanto para profissionais experientes. Com mais empreendedores, mais ideias sairão do papel e se tornarão negócios e, consequentemente, empregos. Isso também irá resultar em um aumento da concorrência, pois capital de risco não será um diferencial competitivo como foi no passado. Ser o primeiro com uma boa ideia não garantirá sucesso. Execução, disciplina financeira e rentabilidade operacional passarão a fazer parte do mapa de sucesso das startups.

Mas e os carros voadores (ou pelo menos autônomos)? Me prometeram viagens espaciais e colônias em Marte! Como todo empreendedor, eu sou um otimista com os avanços da tecnologia. Elas virão, pode ter certeza, o problema é que o hype chega muito antes da realidade. Mas, enquanto isso, se a sua empresa não tem uma estratégia para IA, eu não estaria otimista para o futuro do seu negócio.

*Executive in Residence no Grupo Movile, Patrick Hruby tem 15 anos de experiência em empresas do Vale do Silício, sendo sete no Google e os últimos sete no Facebook, onde ocupava o cargo de vice-presidente de vendas de pequenas e médias empresas para América Latina. O executivo é formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e possui MBA em Finanças em Yale.

*Patrick Hruby é Executive in Residence do Grupo Movile

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